segunda-feira, 17 de novembro de 2008

SÓ CRISTO - SOLUS CHRISTUS


Introdução:

Quando se afirma SÓ CRISTO, a igreja reafirma que Jesus realizou a obra necessária à salvação total e plenamente, assim: (1) Nenhum homem possui qualquer mérito. A salvação é do Senhor, foi realizada exclusivamente por Ele (2) Reafirmamos que ela está completa. Não é necessário acrescimento nesta obra, ninguém, nem santos, nem obras realizadas pelo homem podem acrescentar algo a salvação. O que é perfeito não necessita de complemento. Qualquer tentativa de acréscimo ao trabalho de Cristo é uma deturpação do evangelho, não sendo o verdadeiro evangelho. Proclamar somente a Cristo é proclamá-lo como único:

1. Profeta - Não precisamos de outros profetas para revelar a Palavra e a vontade de Deus. Nele a revelação foi completa.
2. Sacerdote - Não precisamos mais de intercessores ou sacerdotes para mediar a salvação e a benção de Deus.
3. Rei – Não precisamos de outros reis para controlar o pensamento e a vida dos crentes.

JESUS É SINGULAR EM SUA PESSOA E OBRA

S.I. Quais são os aspectos em sua pessoa e obra que revelam a singularidade de Jesus?
S.T. Três aspectos de sua pessoa e obra mostram toda sua majestade e singularidade...

I. JESUS É O SUPREMO

1. Senhor da Criação [15-17]

Ele a fonte originadora de tudo que existe nos céus e na terra, tudo o que o olho humano pode ver e o que está além dos sentidos tudo se originou por meio de Cristo [Jo 1:3]: tronos, senhorios, anjos, homem e príncipes. Cristo é criador de tudo!

Ele não é só a fonte de tudo, mas o meio. Tudo que existe passou por suas mãos, revelando seu controle e sua soberania. Para Ele não há surpresa, não há acidentes acasos, já que nada que existe, nenhuma ocorrência está fora de sua divina vontade.

Ele não é só o principio o meio é o fim! É o alvo de tudo! Todas as coisas do universo têm um propósito ultimo: render ao Senhor todo o louvor possível. Desde os bilhões de sóis espalhados pelas bilhões e bilhões de galáxias, até os micróbios unicelulares tudo proclama que o Senhor é digno de receber toda a honra. [Rm 11:33]

Diante disto devemos considerar: (1) Não somos dono de nada. Ele é dono de tudo. E tudo o que você possui Ele o emprestou. Até você é propriedade do Senhor. (2) Você foi feito pela mão dEle, do jeito que você é e isto que atribui valor a você. Você foi criado, não é um produto de acidente ou de um processo evolutivo fruto da casualidade!

2. Senhor da Igreja [18]

Cristo não é só o “titular” em relação à criação [criador e sustentador]. Ele é o primeiro sobre a igreja. [chefe] Revela a importância de Cristo para a igreja. Ele é o que governa que dirige que orienta e que mantém. Não existe maior autoridade no corpo do que Cristo. Quando Ele ordena, quando Ele manda, deve ser ouvido.

Ao afirmar que Cristo é o cabeça ele fala da sua inseparabilidade do corpo. Você não pode ter comunhão genuína com Cristo sem estar ligado ao corpo. Sem fazer parte do corpo não poderá estar ligado com Cristo. Não há fé que sobreviva a parte da comunhão. E eu falo comunhão, implicando em envolvimento, serviço, amor!

S.T. Jesus é supremo em relação a criação e a nova criação, a igreja! Mas também sua singularidade é vista em...

II. JESUS É O SACRIFÍCIO [Cl 1:20-22, 2:13-14]

1. A reconciliação [1:20-22]

Esta descrição da pessoa mais fantástica, fascinante e profunda nos pasma, humilha, assombra a mente! Esse ser fantástico digno de nosso amor, adoração e obediência, tinha que concluir seu propósito de uma maneira apoteótica, o escritor aponta para a maior e mais fantástica de todas as suas obras: a reconciliação de tudo.

O pecado distorceu todo o cosmo. O pecado gerou um estado de inimizade entre o homem e seu criador. A entrada do mal na terra trouxe desagregação, destruição, desarmonia, na vida do homem com Deus, na vida do homem com o homem e na vida do homem com a natureza. O mundo entrou em conflito, convulsão, o universo ficou sob maldição e em desordem.

A sua obra maior toma destaque: A cruz! É simplesmente impressionante como um ser sendo o que é, podia abraçar a obra do sofrimento e morte pelos homens. Mais ainda o que alcançou por meio de sua obra é tremendo: Paz!

Shalom! Não é somente paz, no sentido usual e costumeiro, significando ausência de conflito ou de violência, ou mesmo paz de espírito. Significa florescimento universal, totalidade e prazer. É uma teia que ajunta Deus, os homens e toda a criação em justiça e alegria.

A idéia de reconciliação é dupla: Primeiro aos que reconheceram e creram serão reconciliados; segundo as forças opositoras serão subjugadas, levadas a submissão. Não serão salvas, mas sujeitas. Não haverá no universo força ou poder estranho que não será submetido ao poder de Cristo. Na cruz Cristo venceu todos os poderes malignos, serão destinados ao seu devido lugar, sentenciados e condenados. [Fp 2:11, Ef 1:10]

2. O perdão [2:13-14]

O pecado não gerou uma inimizade pessoal com Deus, gerou uma dívida, um débito! Temos contas a pagar porque pecamos [Rm 6;23]. Deus só poderia perdoar se houvesse pagamento!

Voltarie de uma forma jocosa afirmou: “Deus perdoará; este é o trabalho dEle]. Mas Deus não pode apenas perdoar. Deus é justo e santo, e sua justiça e santidade devem ser vindicadas, satisfeitas. Nós nada podemos fazer! Somos falidos e mortos! E nossas obras jamais poderiam compensar um só pecado. A ofensa foi feita a um ser infinito, o pagamento deve ser realizado por algum de infinito valor, e o pagamento é a sua própria vida, seu sacrifício, seu sangue precioso!

Diante deste quadro terrível de marginalização, Deus tomou a iniciativa e nos deu vida, perdoando nossos pecados e liquidando nossa dívida. Assim foi desfeita sobre nós todo o domínio maligno.

Havia uma nota promissória, uma dívida a ser paga, que nos condenava. Ela foi paga! Cancelado significa removida, queimada, apagada. Paulo usa a figura de um tribunal. O condenado está no banco dos réus. Está sendo lida a acusação. Mas, o juiz, que é Deus, inocenta o culpado, tendo satisfeito na morte de seu filho, todas as exigências da lei. Cristo tomou sobre si as acusações todas.

S.T. A lógica inescapável da supremacia de Cristo visto na criação e a na igreja e sua singularidade vista em seu sacrifício, leva-nos a uma terceira afirmação...

III. JESUS É SUFICIENTE

Os colossenses enfrentavam uma heresia que atentava contra a suficiência em Cristo. O homem, afirmava esta heresia para alcançar sua realização, para obter sentido, para reconciliar-se com Deus, para saciar seus anseios carecia de outras coisas e experiências, além de Cristo. No entanto vemos a suficiência de Cristo apresentada por Paulo.

1. Ele é o tesouro da sabedoria de conhecimento [Cl 2:3]

Cristo é a chave que explica tudo, que explica a vida. Ele é a resposta! Em Cristo se encontra o tesouro inesgotável da verdadeira sabedoria e do conhecimento. Oro para que você conheça quem é Cristo de uma forma profunda, e assim atente para a grande riqueza que Ele é. Não há necessidade de você caçar outra fonte de felicidade. Cristo é a resposta! Toda sabedoria e conhecimento de Deus estão em Cristo!

2. Ele é Deus! [Cl 2:9]

Jesus não é um deus menor, uma amostra reduzida de deus. Veja sua natureza divina. Em Cristo reside permanentemente toda plenitude da divindade em seu corpo. Não há espaço para intermediários, mediadores, co-mediadores ou qualquer força ou poder. Cristo preenche plenamente o vácuo entre o homem e Deus. Ele encarna ambas as naturezas. Como podem os homens recorrerem a outros falsos intermediários se Cristo é pleno? Cristo não é mais um, é o único e o suficiente mediador e Senhor do universo! Não há rival, não há nada que rivalize ou se compare a Ele. A divindade não está espalhada em mediadores e padroeiros. Cristo possui toda a divindade!

3. Ele é a vida! [Cl 3:4]

A verdadeira vida está em Cristo. A velha vida deve morrer, o velho homem e as paixões mundanas devem morrer. A morte com Cristo corta-nos dos interesses do mundo, e altera nossas ambições e pensamentos. E possibilita a nova vida!

E de fato nossa vida é oculta, invisível. [Sepultada] Aparentemente alguns diriam não haver qualquer diferença: sofrimento, morte, lutas, quedas. E até mesmo aquilo que valorizamos: oração, comunhão, palavra, louvor, propósitos, valores, desejos são ridicularizados ou desprezados pelo mundo.

No entanto esta invisibilidade é temporária. O mundo não vê, mas o mundo verá a beleza da vida Crista. Ela está oculta até um momento. E é só vista e vivenciada pela fé. Mas um dia o botão desabrochará um dia a pedra bruta será transformada numa jóia preciosa. E o mundo verá a glória do Filho de Deus e a glória da igreja.

Conclusão: "...para em todas as coisas ter Ele a PRIMAZIA!!!!" [Cl 1:18]

Diante disto resta-nos afirmar que uma vez que Cristo é o supremo, é o sacrifico e o suficiente, então Ele deve ser o primeiro em minha vida! Em sua vida, em sua família, em seu trabalho, na maneira como você vive, fala e age. Ele deve ter a primazia em seus planos, sonhos e propósitos. Ele deve ser o primeiro em tudo! Em tudo ele deve ser glorificado!