sábado, 24 de janeiro de 2009

PESCADORES DE HOMENS

Mc 1:14-20

Introdução:

Cristo então começa a realizar a obra de Deus, ou seja, pregar o evangelho. O conteúdo do evangelho de Jesus é que o reino veio, nEle, em sua pessoa e obra. Ele é o evangelho. Ele chegou e assim o reino chegou. O reino foi soberanamente antecipado em alguns aspectos em Cristo. No entanto esta chegada do Reino exige resposta do homem, este deve arrepender-se e crer no evangelho, ou seja, em Cristo. Para a tarefa ministerial que Jesus deve realizar ele chama pessoas. E é sobre este chamado que quero refletir com vocês...

I. A NATUREZA DO CHAMADO

1. Cristo chama cooperadores

O reino está sendo estabelecido, então Jesus faz um recrutamento. É preciso que situemos este chamado.

a. Jesus chamou primeiramente para a salvação [Jo 1:35-51]. Isto ocorreu quando Cristo chamou André e Pedro, discípulos de João. Eles voltaram para a Galiléia e continuaram a sua vida normal, como pescadores.
b. Jesus chamou para o discipulado, este chamado foi realizado no mar da Galiléia, aqui chamando 4 pescadores para segui-lo.
c. Jesus chamou para o apostolado [Mc 3:14-21], separando 12 dentre os discípulos.

Logo, o chamado que estamos refletindo e considerando trata-se do segundo chamado. Que é para eles andarem com Jesus, receberem preparação para seus ministérios. Vemos assim que Deus, embora pudesse realizar a obra sozinho, não quis assim proceder. Optou por realizar a construção do reino através de nós. Vemos que grande honra Deus nos concede diante desta verdade. Ele deseja que participemos juntos na construção.

Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós. [I Co 3:9]

2. Cristo chama soberanamente

O chamado de Cristo se dá verticalmente. Não sou eu que me chamo, mas sou chamado. Eu não sou um voluntário, mas um convocado. É claro que Deus opera em meu coração para que todas as resistências sejam quebradas.

Persuadiste-me, ó SENHOR, e persuadido fiquei; mais forte foste do que eu e prevaleceste; [Jr 20:7]

Jesus os viu e seu olhar persuadiu. Seu chamado é imperativo, direto e absolutamente soberano. Ele chama quem quer!

II. O PERFIL DO CHAMADO

1. Cristo chama pessoas humildes

Jesus não foi buscar nem intelectuais ou filósofos e nem a elite religiosa, não chamou ricos e famosos. Recrutou pessoas desconhecidas e simples, pescadores.

Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; 28 e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; 29 a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. [I Co 1:27-29]

Assim é Deus, ele desafia a lógica humana. Se certamente fossemos começar um empreendimento jamais chamaríamos este tipo de pessoa. Cristo chamou pessoas iletradas, simples e incapacitadas.

“Deus não chama os capacitados, capacita os chamados”

“Dê-me cem homens que não temam senão o pecado e que nada deseje senão a Deus e com eles abalarei o mundo” [John Wesley]

Uma grande lição é que uma vez que Deus não chamou seus primeiros seguidores baseados na riqueza, fama ou poder, então o reino de Deus não depende destas coisas. A obra de Cristo não sobrevive a base disto.

2. Cristo chama pessoas ocupadas

Deus chama pessoas para uma missão, e estas pessoas não são desocupadas e ociosas. O trabalho de Deus exige energia e disposição.

a. Chamou Moisés quando pastoreava [Ex 3:1-14]
b. Chamou Gideão quando malhava o trigo [Jz 6:11]
c. Chamou Amós quando cuidava do gado [Am 7:14,15]
d. Chamou Eliseu quando lavrava com uma junta de bois [I Re 19:19]

Jesus chamou esses discípulos quando estavam pescando ou consertando as redes.

III. AS IMPLICAÇÕES DO CHAMADO

1. O chamado implica em resposta imediata

Embora não saibamos o que eles falaram, mas suas reações nos dizem muito. Eles não hesitaram, não objetaram, não discutiram, não pediram tempo para pensar, não duvidaram, não questionaram, não impuseram condições. Eles simplesmente obedeceram e fizeram imediatamente. O chamado de Cristo para o discipulado é radical e urgente. Devemos deixar tudo e seguir.

2. O chamado implica em renúncia total

É dito que eles deixaram seus família e trabalho. Primeiro o aspecto relacional outro o aspecto financeiro. Fazer parte do projeto de Deus exige renúncia. Eles abriram mão do trabalho, da profissão, da empresa e dos sonhos financeiros. Eles abriram mão de suas vidas. Abriram mão de tudo para investir tempo no reino de Deus. Eles renunciaram tudo por Jesus.

Essa atitude foi irresponsável? Talvez eles ainda ajudassem inicialmente seus pais, quando residiam em Carfanaum. O texto afirma que Tiago e João deixaram seu pai com “empregados”, havia uma provisão. Mas quando Ele chama, não há meio termo, deve haver renúncia.

Não há discipulado sem renuncia. É preciso abrir mão de sonhos e projetos pelos projetos e sonhos de Deus. Sem este aspecto não há discipulado.

3. O chamado implica em preparação ministerial

A promessa é “vos farei pescadores de homens” [v.17], implica em preparação. Jesus chama para a obra, mas antes prepara. É Jesus quem faz pescadores de homens. Ele é quem ensina, equipa, prepara e os capacita para o trabalho. Eles vão ser treinados por 3 anos até que Cristo vá para a glória e eles sejam revestidos do poder do alto.

Eles freqüentaram a melhor escola do mundo com o melhor professor, abordando o mais importante assunto. Jesus preparou seus discípulos ao conviver com eles, comendo com eles, encorajando-os em suas fraquezas. Jesus os ensinou pelo exemplo. O modelo é a forma mais eficaz de ensino.

IV. O PROPÓSITO DO CHAMADO

1. Para segui-lo

Afirma-se que eles o “seguiram”. Esse termo descreve uma relação pessoal entre mestre-discípulo. Jesus não os chamou prioritariamente para realizar um trabalho, mas para um relacionamento.

Andar com Cristo, seguir a Cristo e estar com Cristo vem primeiro do que fazer a obra de Cristo. Aliás, para que a obra de Cristo seja feita com poder e para glória de dEle o fundamento está nesta relação, nesta comunhão.

O servir a Cristo é uma conseqüência de andar com Cristo. Jesus está mais interessado em quem nós somos do que com o que fazemos. Relacionamento precede desempenho. Vida precede trabalho. Caráter precede talento.

2. Para ganhar almas

Cristo os chamou para uma tarefa gloriosa, pescar homens. É sublime este chamado. Isto não é um hobby ou uma profissão, é o mais importante ministério do mundo.
Um médico pode salvar a vida da morte o que é nobre. Um pescador de almas salva da morte eterna. O liberta das trevas, do pecado, do mundo e de Satanás por meio da Palavra.

Para ilustrar a atividade de ganhar almas, Jesus usa a figura de um pescador. Qual é a relação entre pescar peixes e ganhar almas?

Para se realizar uma boa pescaria precisamos entender um pouco de peixes, saber onde eles estão que horas gostam de comer, a melhor maré, que tipo de isca. Há por exemplo o peixe que fica nas pedras e há o que fica na areia. Deve haver uma estratégia correta para pescaria. Orientações:

a. Use a mensagem certa

Devemos ter cuidado para não alterar a mensagem. O conteúdo sempre é o mesmo, a mensagem do evangelho é eterna e inalterável. Devemos abordar sempre a implicações do verdadeiro evangelho. Precisamos falar de pecado, arrependimento, fé, e principalmente a cruz de Cristo, sem isto não haverá evangelismo.

b. Use o método certo.

Nem todos os peixes são pescados da mesma forma [Tainha não se pega com anzol, mas com rede, já um Parum pode se pegar com ambos, você não pega um Merlin com anzol, mas com arpão].

A forma de apresentar o evangelho pode e deve ser diferente. Devemos usar métodos corretos. Devemos saber que tipo de pessoa é ela. Devemos envolver-se com sua vida.

Jesus abordou Nicodemos diferente que abordou a Samaritana, que por sua vez foi diferente para falar com Zaqueu. Procure entender e discernir a chave para fazer com que o evangelho chegue a pessoa.

Paulo era estratégico. Sua motivação era ganhar almas, e para isto ele usava métodos diferentes respeitando a cultura e a individualidade.

Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. 20 Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. 21 Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei. 22 Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. 23 Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele. [I Co 9:19:23]

c. Use o momento certo

Os peixes não estão com fome o tempo todo. Pescar onde os peixes não beliscam é perda de tempo. Obviamente pescar requer paciência, mas não devemos ser tolos. Nem todo o dia é dia de pescaria [Pedro passou a noite e nada pescou].

Saiba que o Espírito prepara o coração, eu tenha percepção e discernimento espiritual.

Precisamos de receptividade. Há quatro tipos de reações, veremos na parábola do semeador [insensíveis, superficiais, divididos e sedentos]. São estes sedentos que queremos! Jesus orientou a não perder tempo a pessoas não receptivas. Devemos concentrar nossos esforços onde as portas estão abertas e onde os campos não estão brancos para a ceifa.

Ao entrardes na casa, saudai-a; 13 se, com efeito, a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for, torne para vós outros a vossa paz. 14 Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés. [Mt 10:12-14]

Conclusão:

Ainda hoje Cristo chama-nos a mais bendita e gloriosa tarefa: ganhar almas. Ele deseja e espera ver pescadores de homens. Tenho certeza, que todos nós embora não vocacionados com tempo integral para o ministério, somos todos chamados a servir, levando a preciosa mensagem da salvando, ganhando almas para Cristo, cooperando com Ele e construindo seu Reino.

Pescador [Logos]

Quando o Senhor Jesus. Chamou meu coração
Não fez um convite descuidado ou impensado
Não quis apenas ser Gentil ou Educado
Mas deixou claro que havia algo importante a ser feito (2x)

Mas para que esse algo eu conhecesse era preciso andar
Junto com ele e Necessário pensar os seus pensamentos
e Amar pessoas com o seu amor e conhecer também de perto a Dor
e os vales mais profundos provar aos poucos uma solidão
e o desamparo desse mundo e aprendendo assim
a depender a cada dia mais de suas mãos

Quando ele me chamou
Não fez promessas
Humanamente convincentes
Nada que me enchesse os olhos
Apenas disse que me faria um pescador
Mas pescador de peixes eu sou
e na verdade há muitos outros como eu
nós pescamos coisas distintas e mesmo que você não sinta
tua vida algo vai buscar

Quem sabe um dia você vai sentir também
Quem sabe um dia você vai pensar também
Quem sabe um dia você vai ouvir a mesma voz
Ou quem sabe um dia o fará mudar de atitude, vida, rumo e de propósito

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A GRANDEZA DE JESUS VISTA EM SEUS RELACIONAMENTOS

Mc 1:9-13

Introdução:

A grande verdade de Marcos é mostrar que o Filho de Deus entrou no mundo como servo e veio para dar sua vida pelos pecadores. É revelada sua grandeza, em demonstrar seu poder e em sofrer. Tendo isto em mente, quero apresentar a pessoa de Jesus a partir de seus relacionamentos que demonstram sua grandeza e singularidade ao mesmo tempo em que moldam seus passos para sua missão, a cruz.

A GRANDEZA DE JESUS É VISTA NOS TIPOS DE RELACIONAMENTO QUE ELE DESFRUTA

I. JESUS É IDENTIFICADO COM O HOMEM

Jesus é bem identificado com a humanidade. Primeiramente ele é homem em sua natureza. Nasceu como homem, foi concebido e gerado como homem. Ele não é um ser alienígena, distante a realidade humana como Dalai Lama ou um monge.

1. Em sua origem

Sua origem é o primeiro choque. Jesus nasce pobre, num lar pobre, de mãe pobre, de uma cidade pobre. Ele não veio nem da região central do judaísmo, a Judéia, menos ainda da cidade santa com seu templo. Ele veio de um povoado afastado, Nazaré, uma pequena aldeia, cidade rejeitada pelos judeus, que só podia ser encontrado com aju­da: da Galiléia (cf v 14). Tudo isto visa sua identificação com o homem, com a sua condição miserável.

"Examina e verás que da Galiléia não se levanta profeta!" (Jo 7.52).
Filipe encontrou a Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José. Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? [Jo 1:45-46]

2. Em seu batismo

O batismo de Jesus foi um momento de decisão. Durante 30 anos, Jesus viveu como um carpinteiro na cidade de Nazaré. Ele tinha consciência de sua missão desde a infância. Jesus não era uma pessoa qualquer que estava com os peregrinos, sem suspeitar de nada e foi surpreendido por uma escolha divina, sendo chamado ali para ser o Messias e o Filho de Deus.

Nossa história, portanto, não quer contar como Jesus se tornou o Cristo, o Messias, mas que ele, vindo de Nazaré, o era. Ele não assumiu sua tarefa somente depois do batismo, mas revelou-a no batismo. Era o tempo de agir e iniciar o seu ministério. O batismo marca essa decisão!

Por que se batizou se ele não tinha pecado pessoal [Jo 4:46, II Co 5:21, Hb 4:15, I Jo 3:5]?

Ele foi batizado por causa da natureza de seu ministério [sua missão], porque ele estava assim se identificando conosco. Jesus veio ao mundo como nosso representante e fiador. Ele se fez carne e habitou entre nós. Ele se fez pecado e maldição por nós. Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou sobre o seu corpo, no madeiro, os nossos pecados. Ele não foi batizado por pecados pessoais, mas pelos nossos pecados imputados a ele. Ele foi batizado a fim de expressar sua identificação com o povo.

Seu batismo é "Seu primeiro passo por nós". É aqui que ele começa. Desde este batismo até seu último batismo, de que ele fala em Mc 10.38, andará por ele. Neste caminho ele se tornou aquele que batiza com o Espírito [que salva], depois da sua ressurreição, em Pentecostes.

II. JESUS É UNGIDO PELO ESPÍRITO

1. É um sinal de um novo tempo

Um tempo sem o Espírito, porém, é um tempo de julgamento. Este tempo está terminando agora. No momento em que ressoa a voz do céu aberto, irrompe a salvação.
A figura da pomba deu um sinal do término do julgamento após o dilúvio na época de Noé. A pomba agora dá o sinal da vinda do Espírito Santo sobre Jesus, abrindo os portais da graça.

2. A sua unção é reveladora

Quando Jesus saiu da água o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele. Ele estava cheio do Espírito Santo. Jesus como homem precisou ser revestido com o poder do Espírito Santo.

Não é que ali isto ocorreu, mas ali foi demonstrado, publicado e revelado. Ele não estava vazio e só ali foi cheio. Não se pode imaginar nenhum momento na vida de Jesus que ele não vivesse oculta ou abertamente no Espírito Santo.

3. É dirigido pelo Espírito

Ele foi guiado pelo Espírito Santo ao deserto. Ele retornou à Galiléia no poder do Espírito Santo. Ele agiu no poder do Espírito. [Atos 10:38]

III. JESUS É APROVADO PELO PAI

Jesus viu os céus rasgarem-se. Céu e terra tinham se fechado um para o outro e os abismos estavam escancarados. Deus é quem derruba o bloqueio, rasga os céus e derramar sua força e suas dádivas sobre a terra. Sobre este Jesus Deus rompe seu silên­cio, Deus intervém passando a executar o plano redentor. A voz do céu aponta a completa aprovação do Pai à missão do Filho como mediador e nosso substituto.

1. É Filho

Jesus não foi ali adotado, mas declarado, anunciado e revelado. O Filho é eterno! O Pai e o Filho são co-iguais, co-eternos e consubstanciais [diferente em função, iguais em essência]. Eles sempre tiveram em plena comunhão na eternidade, mas devido o pacto da redenção por causa do plano redentor, o Pai envia o Filho. O Filho se dispõe por causa deste pacto sujeitar-se ao Pai. Ele se dispõe a fazer-se carne, despojar-se da glória e morrer.

Os orientais chamavam de filho de Deus um descedente de rei, os judeus jamais chamavam alguém de filho de Deus, era uma blasfêmia. Os gregos chamavam de "divina" qual­quer pessoa que se destacasse em termos de talentos e realizações: poetas, estudiosos, políticos, esportistas, médicos ou milagreiros.

Curiosamente Jesus não é chamado/reconhecido por Filho de Deus em todo o livro, a menos pelos demônios. Mesmo revelando seu poder com diversos milagres. É dito que Ele é Filho de Deus pelo comandante, já no final do livro (15.39). Isto acontece, portanto, no próprio momento em que as mãos milagrosas estão pregadas, o operador de milagres não desce da cruz e sua debilidade é ridicularizada. A glória deste Filho não pode ser separada da sua vergonha, na verdade é na cruz que fica mesmo evidente que ele é o Filho.

2. É amado

O Pai declara seu amor pelo Filho. A palavra amado não fala somente de afeição, mas de singularidade. É nos revelado dos céus o maravilhoso amor entre o Pai e o Filho, que por meio deste amor foi realizada a obra da salvação. Ao mesmo tempo é nosso sustento e conforto no mundo.

Jo 3:35 - O Pai ama ao Filho, e todas as coisas tem confiado às suas mãos.
Jo 15:9 - Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor.

3. É o seu prazer

Quando Jesus saiu da água, o Pai falou. Ali estava a Trindade [Pai, Filho e Espírito] participando do seu ministério. O Pai afirma sua filiação e declara que em Jesus e na sua obra Ele tem todo o prazer.

Aplicação - Nem todo o filho amado é deleite do pai. Podemos amar um filho e ele infelizmente não nos conferir prazer, mas dor, vergonha e tristeza. Davi amava Absalão, mas ele não era deleite de Davi. Jesus era o deleite do Pai.

Resumo: Sua voz do céu diz, em outras palavras: Assim você é e continua sendo meu Filho amado especial; estou com você para o que der e vier; sobre você desce o meu céu; você tem e é o meu agrado, pois eu não me agrado da morte do pecador, mas que ele se volte e viva (Ez 18.23)!

IV. JESUS É TENTADO PELO DIABO

Vejamos algumas verdades sobre esta tentação:

1. As Circunstâncias da Tentação

a. Ocasião

Logo [41x], revela que não houve intervalo entre o batismo e a tentação, Jesus vai da aprovação do Pai para as ciladas do maligno, da água do batismo para o fogo da tentação. Consagração e provação inauguram o ministério de Jesus.

Aplicação - Revela que a vida cristã não é uma colônia de féria, mas um campo de batalhas. O fato de sermos filhos de Deus não nos isenta de provações, antes por sermos filhos somos mais tentados.O Filho de Deus por ser aprovado pelo Pai e ungido pelo Espírito não foi concedido “vida fácil”

b. Agente

O Espírito Santo foi o que impeliu Jesus para ser tentado [moveu com urgência, moveu-o]. A tentação não foi um acidente, mas uma direção divina. Veja que a iniciativa é do próprio Deus. É Jesus que invade o terreno do inimigo, o confronta, ataca. Satanás é perturbado e assim é forçado a reagir.

Essa tentação não procedia de dentro dele, mas era externa. No nosso caso quando o diabo sussurra uma tentação em nossos ouvidos ele desperta a nossa carne, ele aguça nossa natureza pecaminosa [Tg 1:14]. Com Cristo não foi assim, pois ele não tinha pecado.

c. Lugar

O deserto aqui é um lugar desconfortável, severo e agressivo. Lugar de desolação e solidão. É na bíblia um lugar de provas e de vitórias. É um lugar de treinamento de Deus. Ele estava cansado e faminto. Suas forças físicas haviam se esgotado, seu corpo debilitado, em agonia.

d. Tempo

É dito que ele foi tentado continuamente, por 40 dias. Este número é de provação: Dilúvio [Gn 7:12], Moisés [Ex 34:28], Elias [I Re 19:8], Israel [Sl 95:10]. Mesmo depois continuou tentado em ocasião oportuna.

e. Tentador

Satanás não um mito, lenda ou uma idéia ou energia negativa. Ele é um anjo caído, maligno e perverso, assassino, ladrão, mentiroso. Seu alvo é destruir e derrubar o povo de Deus, sua obsessão é frustrar os planos de Deus. Ele tentou o Adão, e saiu vitorioso, ele tentou o segundo Adão e saiu derrotado. O primeiro fracassou; o segundo foi vitorioso.

2. O Propósito da Tentação

Para mostrar que ele estava pronto para realizar sua missão. O propósito da tentação pelo ângulo de Deus é nos fortalecer. Ele foi tentando para provar sua perfeita humanidade. Por ser homem ele foi tentado. Suas tentações foram reais [Hb 2:17, 4:15]. Ele foi tentado para ser um exemplo. Por isso ele se compadece de nós e pode nos socorrer.

Hb 2:18 -Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.
Hb 4:15 - Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.

3. A Vitória sobre a Tentação

Jesus saiu vitorioso, embora saibamos que ele seria outras vezes tentado, mas ali já demonstrara seu poder. Para sua vitória ele usou armas:

a. Oração – Sua intimidade com Deus foi a chave. O que nos leva a cair não é presença do inimigo, mas a ausência de Deus. Se estamos na presença de Deus triunfaremos. Quando oramos vencemos!

b. Jejum – Jejum é um deleite em Deus, é a afirmação que Deus é mais importante do que tudo para nós. É fome de Deus. Spurgeon afirma que os tempos mais vitoriosos em sua igreja era o tempo de oração e jejum!

c. A Palavra de Deus – Ele usou a espada do Espírito. Ele rebateu com a Palavra. Infelizmente somos presas fáceis dos ardis de Satanás porque vivemos um analfabetismo bíblico. Crentes ignorantes são presas fáceis do diabo. Hoje se quer vencer o diabo com gritos, como misticismos, com amuletos e com fetiches, que nada mais são armas fabricadas pelos homens, carnais, mas Deus nos deu sua Palavra, a arma mais poderosa nesta luta.

Conclusão:

Quem pode nos compreender verdadeiramente nesta vida? Quem pode entender o nosso interior, o que se passa dentro de nós, no nosso íntimo? Cristo! Ele se identificou conosco, tornando-se um de nós, ele andou com homens, viveu como um de nós experimentou esta dura realidade da vida, experimentou a tentação como nos experimentamos, mas como nosso representante, foi fiel. É por isso que ele é digno de nossa adoração. Aquele que nós adoramos e servimos. Aquele que freqüentemente recebe nossa adoração e devoção não é um ser estranho, distante de nossa realidade, é um de nós!