quarta-feira, 10 de junho de 2009

UM ESTRANHO DEUS CHAMADO “CONTIGÊNCIA”


Não terás outros deuses diante de mim
(Ex 20:3)

Mais uma vez vemos Ricardo Gondim num vôo cego de devaneios, pensamentos e conceitos meramente humanos. Ele levanta a voz a fim de responder com autoridade a razão da queda do vôo 447. E ele chama esta razão ou força ou causa de Contigência, que nada mais é do que um deus, um deus falso como qualquer outro, pois este não é O verdadeiro e único Deus revelado , mas produto da imaginação e das idéias meramente humanas. Sua resposta é tudo, menos verdadeira. Não parte da Bíblia, mas de uma dedução filosófica. A questão central é: Terá ou não terá Deus o direito soberano de derrubar os aviões se assim quiser? Pelo menos o Deus revelado no AT e NT fazia tudo conforme o seu querer e não tinha satisfação de dar dos seus atos e nem pedir conselho a ninguém (Is 40:12-18). Basta pensar nos inúmeros textos onde se revela Deus julgando povos e nações ora por meios anjos ou nações que eram braços do Senhor(Israel, Assíria, Babilônia) ora por meios de desastres naturais (dilúvio).

Tem Deus ou não tem o direito de fazer o quer a quem ele quer quando ele quer e como ele quer? Tem, é claro! O que falta na visão gondiniana é um aspecto básico em sua teologia. Para Gondim parece que Deus tem alguma dívida com o homem. Falta-lhe uma compreensão de textos como Romanos 1-3 onde Paulo apresenta de uma forma incontestável a pecaminosidade da raça humana. Assim sendo Deus não age por mérito humano ao não deixar morrer em um desastre o homem. Se o homem ainda respira não é que ele mereça viver é porque Deus tem agido de misericórdia para com ele. As misericórdias do Senhor, são a causa de não sermos consumidos, pois, as suas misericórdias não tem fim (Lm 3:22). A condição espiritual e moral da raça humana dá ao Senhor o direito legítimo de agir conforme queira e de matar quem quer que seja. "Vede, agora, que Eu sou, Eu somente, e mais nenhum Deus além de mim; Eu mato e eu faço viver; Eu firo e eu saro. (Dt 32:29). Portanto o que deveria espantar Gondim não é porque aquele avião caiu dentro da soberana vontade de Deus, mas é porque todos os aviões não caem! Por que ele ainda está vivo mesmo depois de falar como os amigos de Jó falaram!

Que dizer do Apocalipse, seja que interpretação Gondim dê, cabe-lhe responder se Deus ao julgar e ao punir a humanidade está indo contra a sua bondade! Deus deixou de ser bom para cumprir a história final e levá-la para seu propósito por Ele planejado eternamente?

Ricardo insiste em que Deus deve ser dominado e subjugado aos seus conceitos. E como um menino chateado que por birra rejeita um bom-bom, Gondim afirma não querer o Deus soberanamente revelado, que faz todas as coisas segundo o seu querer (Ef 1:11).

Aqui cabem as palavras de A.W. Tozer ao afirmar que idolatria não é apenas um ato religioso de se encurvar diante de uma imagem, mas a construção de um falso conceito sobre Deus:

“Acautelemo-nos para não aceitarmos no nosso orgulho a idéia de que a idolatria consiste apenas no ajoelhar-se perante objetos visíveis de adoração; e que os povos civilizados estão, portanto livres disso. A essência da idolatria está nas idéias indignas que temos a respeito de DEUS. Começa na mente e poderá ocorrer mesmo quando não seja praticado nenhum ato manifesto de adoração a uma imagem. “Tendo conhecimento de DEUS”, diz o apóstolo Paulo, “não o glorificaram como DEUS, nem lhe deram graças, antes se tornarem nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.” [Mais Perto de Deus, pp. 10]

Talvez na Bíblia de Gondim alguns textos não existam ou talvez foram cometidos alguns erros na edição e impressão. Porque em Tiago a soberana vontade de Deus está acima dos planos e vontade humana:

“Atendei agora, vós que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer, Se o Senhor quiser, não só viveremos, como faremos isto ou aquilo. Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna.” (Tg 4:13-16)

Talvez Ricardo esteja lendo algo do tipo assim: “Se a CONTIGÊNCIA quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo.”
Sabemos que a vida está sujeita a situações trágicas como esta do vôo 447, todavia na vida não haja algo tão trágico do que a desgraça das idéias próprias sobre Deus!

Pr. Luiz Correia
(Prega a Palavra)