sábado, 28 de novembro de 2009

OS VALORES DO REINO DE DEUS [II]

Continuação....

III. TOLERÂNCIA – No reino de Deus não há lugar para um espírito exclusivista e intolerante

Jesus está num processo de ensino – e um ensino importante: (1) As portas estão fechadas [v.28] (2) Ali foi feito um esclarecimento (3) longe da multidão (v.30) (4) Jesus é chamado de mestre (v.38) e Ele está assentado [v.35]. Portanto é uma ministração de grande valor e necessidade uma vez que vemos percepções erradas na visão dos discípulos. Jesus quer com seu ensino corrigir essas percepções e também desfazer algumas ilusões dentro dos seus corações. Uma foi a questão da necessidade da morte, a outra a questão de “quem é o maior”, agora uma visão estreita, intolerante, exclusivista de acreditarem que eles são os únicos que estão fazendo a obra do Senhor, que eles são os únicos representantes de Cristo.

João expõe a questão [v.38]. Ele proibiu um homem que estava expulsando um demônio alegando que ele não deveria fazer isto por não estarem andando com eles, por não fazerem parte do seu grupo. Na mente de João somente o grupo deles estava com a verdade, os outros eram excluídos e desprezados. Eles acham que os discípulos possuíam o monopólio do poder de Jesus.

Analisemos a situação.

1. Este homem estava fazendo uma coisa certa ou errada? Uma coisa boa ou uma coisa má?
2. Este homem usa o que para expulsar? Ou seja seu método é bíblico ou não?
3. Qual o resultado de sua obra?
4. A quem ele estava socorrendo?

Diante de tudo isto João o proíbe. O que convenhamos é um absurdo! Uma clara demonstração de intolerância, de pequenez e de desamor!

Muitos grupos religiosos têm a pretensão de serem os únicos que servem a Deus. Alardeiam que somente eles os únicos seguidores de Jesus fiéis e batem no peito como se fossem os únicos salvos [Ils. Batista Conservadores]. Eles acham que Deus é um patrimônio exclusivo deles. Desprezam todos que não assinam estritamente com sua visão. Se examinarmos perceberemos que muitos que não faziam parte dos 12 demonstrava uma fé mais robusta em Jesus do que eles [7:28,29]

Qual foi a resposta de Jesus? [v.39] Não temos o direito ou a pretensão de julgar os outros nem considerar-nos os únicos seguidores de Cristo, só pelo fato de que algumas pessoas não estão conosco. Não há lugar para a intolerância ou exclusivismo. Josué procedeu com a mesma visão [Nm 11:26-29], Paulo demonstra uma visão correta [Fp 1:14-18]

Obviamente Jesus não está concordando com tudo e todos que se julgam serem seus seguidores. Devemos ser cautelosos em nossa visão. Não podemos ser intolerantes e exclusivistas, mas não significa que devemos ser universalistas ou ecumênicos. Há limites que a própria Palavra estabelece para considerarmos pessoas verdadeiras seguidoras de Jesus. Jesus não está aprovando toda religião.

1. Jesus condena o erro doutrinário – Negação dos fundamentos da fé cristã [Inspiração, Autoridade, Suficiência da Palavra, Trindade, Cristo, pessoa e obra, Justificação por fé, pecado, juízo, vinda futura]. Na oração sacerdotal de Jesus [Jô 17:11, 21 veja 20] Demonstra claramente que só há unidade na verdade. Não há unidade na verdade.

2. Jesus condena também a falta de santidade e métodos carnais – Um grupo pode até ser conservador doutrinariamente mas não tem santidade, suas ovelhas não andam em temor, não há disciplina ou a aceitação de praticas libertinas [Ex. Igrejas que toleram sexo fora do casamento Ap 2:20ss]. Há grupos sem escrúpulos que usam de métodos carnais ou de pragmatismo para atingirem seus alvos.

Jesus não está alargando a porta estreita do Reino. Todavia a lição é clara, não podemos proibir e nem rejeitar outros que não andam conosco, se eles agem em nome de Jesus, defendem a verdade de Jesus, andam em santidade e usam métodos bíblicos. Devemos ser cautelosos sobre isto. Creio que nesses dias a questão central não é os limites denominacionais [Batista, Presbiteriano, Assembleiano], os limites são pessoais. Tenho um grande irmão em Cristo assembleiano, um servo de Deus, um diácono dos bons, mas há alguns que se dizem batista que não sento para orar com estes. Fui informado de um pastor batista com práticas licenciosas terríveis.

Portanto a tolerância, o amor, o respeito devem pautar as relações com outros grupos denominacionais [verdadeiramente cristão].

Em sua conclusão sobre este valor Jesus revela que outros seguidores podem ser úteis em uma situação de necessidade dos discípulos [v.41]. O copo d’água era considerado o mínimo de hospitalidade que podia ser dado até a um inimigo [Pv 25:21].Mesmo esse pequeno gesto é recompensado pelo Senhor.

Continua...